O Brasil tem 12.700 startups, segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups) — crescimento de 27% em relação a 2018, quando eram 10 mil empresas. E 20 vezes mais do que em 2011, ano de fundação da Abstartups, que contabilizou 600 negócios à época. Diversas empresas surgem no mercado com propostas de solucionar problemas já existentes. Dentro do mercado de trabalho, há as empresas convencionais e há as startups. Mas qual a diferença entre essas duas? Qual modelo de negócio eu devo seguir? Aqui, você vai entender o que é e para que serve uma startup. E mais, o que a diferencia de uma empresa comum?
Em primeiro lugar, você precisa saber que são inúmeros os casos de novas startups sendo lançadas anualmente, em todo o mundo. Segundo o Oasislab (Ecossistema de inovação de Varejo para Transformação Digital Inovação Tecnologia) existem diversas aprovações em curso, outras já definidas visando incentivar a criação de novas startups. Hoje, algumas soluções desenvolvidas por femtechs, já que são voltadas para o público feminino, contam com o apoio das agências governamentais regulatórias, que abrem caminho para suas aplicações no mercado tradicional, segundo um estudo feito pela Frost & Sullivan.
O levantamento apontou, por exemplo, que o Ava, dispositivo indicador de fertilidade, foi o primeiro a receber a aprovação da rigorosa FDA, a agência americana de controle de alimentos, remédios e dispositivos médicos. Na Europa, o primeiro aval viria no ano seguinte, com o Natural Cycles, aplicativo para a contracepção.
No Brasil, uma das femtechs mais promissoras é a Ziel Biosciences, fundada em 2011 pela médica Daniela Cornelio e pela bióloga Caroline Brunetto de Farias. Amigas de mestrado e doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), elas desenvolveram o SelfCervix, um coletor caseiro de material para testes de detecção do HPV.
Uma empresa que surge com uma solução inovadora para algum problema antigo. Uma startup requer uma ideia que ainda não tenha sido testada no mercado. Geralmente, as soluções chegam até os líderes dessas startups por meio de muita análise dos problemas e dos meios para solucioná-los, assim como os recursos utilizados.
Exemplos de empresas que começaram como startups:
NuBank
PayPal
Quintoandar
iFood
Praticamente todas as startups são alocadas em espaços na internet, mas se uma empresa começa como startup e consolida o seu modelo de negócios, ela deixa de carregar essa nomenclatura. Um dos exemplos de empresas que começaram dessa forma é o Facebook.
Se analisarmos a trajetória da Netflix: começou como uma locadora-delivery, entregando os filmes nas casas dos assinantes. Hoje em dia, é um dos serviços de streaming mais conhecidos, focado em oferecer múltiplas opções de entretenimento independente de horário ou local, ainda contando com o modelo multiplataforma (Smart TV, Videogame, celular etc). Ainda temos o iFood, que compila todas as informações de restaurantes em um único aplicativo e envia motoboys de acordo com a demanda daquele restaurante, oferece refeições de diversos preços, fazendo iniciativa até com restaurantes, como o iFood Loop.
As empresas convencionais focam na geração de lucro, com estabilidade e visão a longo prazo; já as startups tem por objetivo o desenvolvimento e acúmulo de receitas para o financiamento e crescimento de curto ou médio prazo. Além disso, a startup foca na resolução do problema para atender uma demanda de mercado, enquanto as empresas tradicionais buscam sobrevivência em meio ao mercado, com fluxo de operações bem estruturado e planejamento a longo prazo.
Cenário de incertezas: é importante ter um capital de risco para manter, uma vez que esse tipo de investimento exige a certeza de que haja um nicho de mercado para ele, e isso pode demorar. Uma forma de verificar se a startup se sustenta é através do mínimo produto viável (MVP). Por meio dessa estratégia, é possível lançar a solução da startup para um pequeno público, analisar os erros cometidos e aperfeiçoar para o lançamento em larga escala.
Escalável e repetível: Ser escalável significa ter condições de gerar lucro, sem ter que fazer investimentos na mesma proporção ou mudança no seu modelo de negócio. Ser repetível envolve conseguir entregar a mesma solução repetidas vezes para o seu cliente.
O procedimento é bastante semelhante ao de abertura de uma empresa convencional. Para abrir a sua startup, você precisa:
Fazer um contrato social
Escolher o modelo societário
Entrar com a solicitação na Junta Comercial
Obter CNPJ e Inscrições Estadual e Municipal
Abrir uma startup envolve pensamento visionário e coragem para aceitar e correr riscos, mas também envolve algumas dicas preciosas.
Desenvolva sua ideia: Conheça os seus concorrentes e o mercado. É fundamental que participe de cursos e eventos, para avaliar suas competências e capacidade de execução.
Mostre sua ideia: Compartilhe sua ideia com possíveis compradores, buscando a validação deles. Essa etapa serve para analisar se a solução é interessante, além de expandir seus horizontes com relação a ideia inicial.
Reúna um time e encontre sócios: Utilize redes de contato ou eventos para reunir um time de profissionais com as melhores capacidades e com os pensamentos semelhantes aos seus, para garantir um trabalho com maior sintonia. Para evitar problemas devido a futuros desentendimentos, é fundamental que haja um contrato social entre os sócios.
Faça testes do seu modelo: Através da estratégia do mínimo produto viável (MVP), faça um teste para analisar se o seu modelo atende às soluções que precisa. Verifique o potencial de lucratividade, a fim de encontrar o melhor modelo para a sua startup.
Informações precisas: Trabalhe com os números mais precisos a respeito do seu negócio, através de métricas. Estabeleça as métricas adequadas para garantir o sucesso e a otimização do seu modelo de negócios.
Busque apoio e investidores: Vá atrás de apoio financeiro e de uma mentoria para o seu negócio crescer. Existem várias instituições focadas em auxiliar na manutenção de startups. É importante também saber vender a sua ideia, apresentar informações a respeito da solução de maneira clara. Os investidores podem surgir através de campanhas de financiamento coletivo, empréstimos e até mesmo através de uma nova sociedade.
Plano de negócios x Modelo de negócios: O plano de negócios é uma estratégia fundamental quando se fala em empresas convencionais. Ele garante a estabilidade da empresa, através de estratégias e estimativas de recursos financeiros necessários para tal. Ele é aplicado a empresas tradicionais para suprir uma demanda de mercado já existente. Agora, o modelo de negócios surge para suprir uma demanda desconhecida no mercado. Basicamente, o plano de negócios para uma startup deixa a desejar em certos aspectos. Ele falha, por exemplo, na proteção da propriedade intelectual, que é o conjunto de direitos de exclusividade de uso do que foi produzido, como marcas, patentes e até direitos autorais.
Timing do negócio: É importante estar atento ao momento exato em que irá lançar o seu negócio. Se lançar cedo demais, não terá cliente para comprar; caso contrário, perderá clientes. O timing correto é quase a metade do fator garantidor de sucesso de uma startup. Essa etapa exige muita análise da situação, verificação da realidade dos parceiros, para não surgir com uma solução de problemas que não cabe na realidade do cliente, e até cometer erros para aprender com eles no meio do caminho.
Existem diversas empresas que podem auxiliar no desenvolvimento e lançamento de startups. Para isso, temos as incubadoras e aceleradoras. As incubadoras são empresas que apoiam startups em fase de desenvolvimento no mercado. Além disso, elas:
Já as aceleradoras apoiam empresas iniciantes que já estão em funcionamento, com modelo testado e aprovado pelo mercado. Elas também:
Links de referência: