IoT - Internet das Coisas torna objetos inanimados em dispositivos inteligentes
Hoje, além do despertador, temos relógios inteligentes que fazem ligação, contagem de passos, enviam mensagens, carregam informações pessoais e se conectam às redes sociais. Na verdade, consultar a hora passou a ser, quase, um adereço. E a tudo isso denominamos IoT, que é o termo em inglês para Internet of Things, ou Internet das Coisas, em português. Graças à tecnologia que possibilita objetos inanimados se conectarem, armazenar e executar funções das mais diversas.
O princípio básico desse tipo de sistema é entregar ao usuário funcionalidades que a internet oferece, sem precisar de um computador ou celular para isso. Como disse David Rose em seu livro “Enchanted Objects”, os objetos são quase encantados e com vida, e são capazes de antecipar as nossas necessidades – e agora eles já fazem isto.
No Brasil, 70% da população já está conectada a este modelo de internet e a estimativa é que existirão mais de 724 milhões de dispositivos conectados até 2022. Com isso, o Governo Federal já está atento ao potencial deste modelo de negócio, no desenvolvimento e crescimento econômico do País. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI) criou um Plano Nacional para IoT.
Pode-se dizer que a Internet das Coisas está integrada com o homem, bem como o sistema nervoso central humano. Isto porque os equipamentos estão conectados ao ser humano, e interligados entre si, seja por softwares, algoritmos ou o que quer seja, e desta forma vão ganhando espaço e autonomia cada vez maior, para realizar aquilo que seu usuário deseja. Isto tudo é possível, claro, graças ao fato de estarem em conexão com uma rede central, que permite a comunicação entre dois ou mais pontos.
Para os experts no assunto, se um equipamento é capaz de ser ligado ou desligado, então ele pode estar apto a fazer parte da IoT, uma vez que possa ser inserido alguma inteligência artificial nele ou conectá-lo a uma central que faça parte desse universo.
O portal Jovem Engenheiro afirma que existem ferramentas que são usadas de forma cotidiana, que tendem a se tornar inteligentes. Com alguns ajustes, é verdade, mas podem ter suas funções ampliadas por cruzamento de dados. É o que acontece quando um assistente virtual cruza dados dos seus dispositivos conectados para te informar, mesmo que você não tenha pedido.
O significado de Internet das Coisas, portanto, refere-se ao conjunto de dispositivos, que não são naturalmente digitais, mas podem coletar informações, enviar, agir em relação a elas, ou todas essas ações. Trata-se do processo de tornarmos coisas e objetos comuns em smart.
Andy Stafford-Clark, engenheiro na IBM, é um dos idealizadores da IoT e acredita que os humanos sempre quiseram colocar suas mentes e habilidades naquilo que utilizam, por isto, os objetos são usados meio que como extensão da nossa consciência.
E se uma empresa souber fazer bom uso, não há dúvidas que terá uma vantagem competitiva frente a seus concorrentes. Afinal, a Internet das Coisas é capaz de tornar processos, ferramentas e máquinas muito mais inteligentes e conectados.
Desta forma, consegue-se melhorar a estratégia de automação de processos industriais, como o empacotamento de produtos, até administrativos, como painéis e planilhas interativas e projetáveis. Sem contar totens de atendimento ao cliente, caixas virtuais e simuladores.
Apesar de ser comum relacionar o termo IoT com equipamentos óbvios (como smart TVs ou smartphones), o conceito vai muito além e envolve wearables menos prováveis.
E o que é um wearable? Saiba que é todo e qualquer “dispositivo vestível”, ou seja, aqueles objetos mais comuns, que se possa pensar, de uso pessoal, mas tem tecnologia embarcada, como relógios, tênis, roupas ou óculos.
Em todo o mundo, esse mercado já movimentou, só em 2020, mais de US$ 10 bilhões. Quando se fala em aplicá-la aos imóveis, por exemplo, o intuito é bem mais do que oferecer conforto e agilidade, mas tem muito a ver com segurança. Algo que só tem avançado, devido a maior aplicabilidade de tecnologia em alarmes e sensores que são acionados.
Ou seja, o conceito de IoT também se aplica à residência, veículos, além de máquinas como geladeiras, liquidificadores ou mesmo robôs de uso residencial, como aspiradores, entre outros, de caráter comercial ou industrial. No caso das residências, por exemplo, a Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside) estima já existir no País, cerca de 2 milhões de casas inteligentes.
Comparado com os Estados Unidos, ainda estamos engatinhando, uma vez que lá, mais da metade das residências já tem automação, seja para acender ou apagar a luz, ouvir música, ligar ar condicionado, controlar a iluminação ou fechar as persianas pelo celular ou por meio do acionamento de voz, por exemplo.
Os equipamentos de segurança, também podem ser melhor monitorados, e acionados por movimento, ou calor, além de permitir acionamento de intervenção e acompanhamento de forma remota. O quesito segurança, implica ainda, o uso de fechaduras inteligentes e sistemas biométricos, tudo com o uso de aplicativos.
Assim, o principal objetivo e funcionalidade de soluções como a IoT é, portanto, conectar objetos rotineiros à internet, dando a eles uma funcionalidade mais ampla, com mais inteligência e maior capacidade de integração a outras fontes de informação.
Embora se valham da mesma curiosidade, a Inteligência Artificial (IA), muito falada atualmente, na prática se correlaciona com a IoT, elas não são a mesma coisa. E se tratando de IA, o fato é que ela pode sim estar embarcada quando o objeto é conectado à internet, com funcionalidades que vão otimizar as atividades oferecidas para tornar a rotina mais fácil, apesar de distintas uma das outras.
É o caso dos assistentes virtuais, como a Alexa, secretária oferecida pela Amazon. A caixa de som que reconhece a voz, entende a solicitação e oferece exatamente o que foi pedido ou quase isso.
Como meta, os desenvolvedores de IoT pensam em aplicar todo seu potencial, nas chamadas cidades inteligentes, conforme descrevem os alunos do Departamento de Informática, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Paraná. As Smart Cities, termo mais conhecido, quer direcionar os avanços na tecnologia e armazenamento de dados – que fazem deste conceito tecnológico uma realidade – para o ambiente e infraestrutura das áreas onde hoje residimos.
Para tanto, eles explicam em um trabalho desenvolvido para a Universidade, que existe a possibilidade real de desenvolver sistemas de transporte, de controle de resíduos, de energia, e até de execução das leis que sejam movidos a dados para torná-los mais eficientes e melhorar a qualidade de vida nas cidades.
“Nós podemos interagir e colher informações desses sistemas inteligentes usando nossos smartphones, relógios e outros wearables. Mais do que isso, os sistemas vão se comunicar uns com os outros”, afirmam os alunos.
Sem falar, em situações que podem de fato revolucionar o conceito de cidades limpas, pois caminhões de lixo, por exemplo, serão alertados, sobre locais onde há lixo que precisa ser coletado; sensores nos carros vão direcionar para onde há vagas disponíveis. E os ônibus vão ter sua atual localização, disponibilizada, em tempo real.
Como todo bom invento, nem sempre o sucesso é instantâneo. Apesar do termo ter sido cunhado em fins da década de 90, a ideia de dispositivos conectados já existia há muito mais tempo. Ou seja, pelo menos desde os anos 70. Naquela época, a ideia era frequentemente chamada de “internet embarcada”. Oficialmente, o termo “Internet das Coisas” foi criado por Kevin Ashton, em 1999, durante seu trabalho na Procter & Gamble.
Ashton, que trabalhava na otimização da cadeia de suprimentos, queria atrair a atenção da gerência sênior para uma nova tecnologia interessante chamada RFID. Como a internet era tendência em 1999, ele chamou sua apresentação de “Internet das Coisas”.
Embora Kevin tenha despertado o interesse de alguns executivos da P&G, o conceito não recebeu grande atenção nos 10 anos seguintes.
O conceito enquanto uma solução viável, de fato, começou a ganhar popularidade no verão de 2010. Informações vazaram que o serviço StreetView do Google não só fazia fotos em 360 graus, mas também armazenava toneladas de dados de redes Wifi de pessoas.
As pessoas estavam debatendo se este era o início de uma nova estratégia do Google para não apenas indexar a internet, mas também indexar o mundo físico.
No mesmo ano, o governo chinês anunciou que tornaria a Internet das Coisas uma prioridade estratégica em seu Plano Quinquenal.
Em 2011, o Gartner, a empresa de pesquisa de mercado que inventou o famoso “hype-cycle for emerging technologies", incluiu um novo fenômeno emergente em sua lista: “A Internet das Coisas”.
Um dispositivo com tecnologia IoT nada mais é do que um eletrônico que consegue se comunicar com outros sistemas por meio de uma conexão sem fio (wireless). Em outras palavras, o aparelho é capaz de transmitir dados para uma solução digital, da mesma forma que acontece entre dispositivos conectados à Internet.
Imagine, por exemplo, um sensor de temperatura de uma máquina. Com a tecnologia IoT, ele pode ser inserido em locais de difícil acesso. Pela rede sem fio, ele envia os dados coletados em tempo real para um software que faz o monitoramento com alta precisão. E essa é apenas uma das aplicações na indústria, setor que está entre os mais beneficiados por este modelo.
Os dispositivos inteligentes conectados à IoT são vulneráveis a ameaças cibernéticas. E para minimizar essas brechas de segurança, é importante usar os protocolos certos.
Os protocolos de comunicação garantem a segurança ideal dos dados que estão sendo trocados entre os dispositivos conectados.
Podemos conectar os dispositivos por meio de uma rede IP ou uma rede não IP, com implicações no alcance, potência e uso de memória.
As conexões por meio de redes IP são complexas e consomem mais memória e energia dos dispositivos conectados à Internet das Coisas, embora o alcance não seja um problema. Redes não IP, como Bluetooth, requerem menos memória e energia, mas têm uma limitação de alcance.
Para a interação entre dispositivos, é necessário um meio de preferência, uma linguagem comum que todos os dispositivos em determinado ecossistema de IoT sejam capazes de entender. Os protocolos fornecem exatamente esse meio, pois são projetados para conectar dispositivos de média a alta potência pela rede. Os protocolos de rede permitem a comunicação de dados dentro do escopo da rede. HTTP, LoRaWAN, bluetooth, zigbee são alguns dos protocolos de rede mais populares, para este tipo de uso.
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