Após aparecer pela primeira vez no relatório do Gartner em 2020, a hiperautomação continuou como tendência até atualmente, reforçando a necessidade das empresas observarem seus processos e automatizá-los de forma estratégica.
A hiperautomação permite o crescimento acelerado e a resiliência dos negócios ao identificar, examinar e automatizar rapidamente o maior número de processos possível. Equipes de hiperautomação de alto desempenho se concentram em três prioridades: melhorar a qualidade do trabalho, acelerar os processos de negócios e agilizar a tomada de decisões.
Segundo o Gartner, “organizações que não focarem em eficiência, eficácia e agilidade nos negócios ficarão para trás”. A hiperautomação envolve o uso de forma orquestrada de processos, tecnologias, ferramentas e plataformas para rapidamente identificar, analisar e automatizar processos de TI e negócios.
O mercado mundial de softwares de hiperautomação deve crescer 23% entre 2020 e 2022, alcançando US$ 596,6 bilhões. É o que revela uma previsão divulgada recentemente pelo Gartner. Esse mercado, que reúne aplicações para uma abordagem de automação numerosa, atingiu US $532,4 bilhões em 2021, e alcançou US $481,6 bilhões no ano anterior.
De acordo com a consultoria Gartner, a hiperautomação será uma das tendências tecnológicas que marcará a próxima década. O conceito, que vai além de mecanizar as tarefas manuais repetitivas realizadas pelas pessoas, se refere à automação de qualquer processo empresarial utilizando uma combinação de RPA (Automação de Processos Robóticos) e outras tecnologias avançadas como Inteligência Artificial (IA) ou Machine Learning.
A hiperautomação deve ser conduzida para alinhar os objetivos de negócios das organizações com as iniciativas da tecnologia, assim como para garantir que haja um processo de melhoria contínua. É importante automatizar os processos fim-a-fim, com o uso de diferentes tecnologias trabalhando em conjunto, incluindo Inteligência Artificial, Machine Learning, arquiteturas de software orientadas a eventos, RPA, BPM, iPaaS, ferramentas de low-code/no-code e sistemas de tomada de decisão automatizadas.
A hiperautomação é um dos pilares para a transformação digital dentro das empresas, mas para que ela seja efetiva, deve ser planejada e alinhada em toda a organização e não somente em algumas áreas. Somente desse modo, será possível capturar ganhos significativos de redução de custo, escalabilidade e aumento de receita.
Para detectar o estágio em que a empresa se encontra, é preciso que haja um assessment - um relatório elaborado para compreender e apontar tendências de comportamento, desempenho e potencial de funcionamento - sincero, que permitirá a descoberta de aspectos que farão toda a diferença para o sucesso do projeto em um curto, médio e longo prazo, maximizando o investimento e potencializando os ganhos.
Para isto, recomenda-se que ele seja feito por profissionais qualificados, que tenham experiência na elaboração do business case e possam traçar, em conjunto com os gestores da empresa ou do projeto, os objetivos que deverão ser atingidos e as métricas que deverão ser acompanhadas.
Segundo o Gartner hiperautomação é uma abordagem que permite às organizações identificar, examinar e automatizar rapidamente tantos processos quanto possível. Para isso são usadas tecnologias como automação de processos robóticos (RPA), plataformas de aplicações de baixo-código (low-code), de IA e assistentes virtuais.
Até 2024, a hiperautomação levará empresas a adotarem pelo menos três dos 20 tipos de software agonísticos de gestão de processo que permitem a abordagem.
Para chegar ao estágio de hiperautomação, entretanto, as empresas precisam iniciar uma jornada e mudar suas práticas para criação de ambientes de trabalho inteligentes. O ecossistema interno de apoio deverá oferecer adequada infraestrutura de TI e de soluções, suporte da alta administração, suporte financeiro, treinamento das equipes e avaliação contínua dos resultados.
O primeiro passo dessa jornada em uma empresa envolve a estruturação e organização da base de dados, dos mais diferentes setores: dados comerciais, de operação, financeiros e outros que façam sentido para a empresa. Os dados, provavelmente, estarão organizados em um Sistema Integrado de Gestão Empresarial (ERP – Enterprise Resource Planning).
Vale lembrar que a automação de um processo de negócios, sem entender sua função ou suas etapas, pode representar investimentos e esforços desperdiçados. É importante ainda entender que a hiperautomação visa liberar os colaboradores de tarefas repetitivas e de baixo valor, reduzir custos operacionais e aumentar a eficiência.
Nas escolas se ensina como a Primeira Revolução Industrial, ocorrida no final do século XVIII, trouxe a máquina a vapor para automatizar a fabricação têxtil. Um século depois, a Segunda trouxe consigo a eletricidade e o motor a combustão, e no final do século XX chegou a Terceira com a digitalização e automação dos processos.
Não foi necessário esperar muito para a Quarta Revolução Industrial, que surge a partir da robotização, da Internet das Coisas e da Inteligência Artificial. Um processo que está impulsionando os países avançados para uma reindustrialização com o objetivo de recuperar a capacidade de produzir seus próprios bens de consumo de forma sustentável.
Nesse novo contexto, a hiperautomação, também denominada automação de processos robóticos (DPA na sigla em inglês) ou automação inteligente de processos (IPA em inglês), desponta como uma das tendências tecnológicas que marcarão os próximos anos.
Conforme a Gartner, a RPA enriquecida pela IA e pelo ML se converte no núcleo que torna possível a tecnologia da hiperautomação. A combinação dessas tecnologias permite integrar o poder e a flexibilidade da automação em lugares onde isso antes não era possível.
Dessa forma, as tarefas que não eram automatizadas podem ser automatizadas para que as capacidades humanas possam se concentrar em tarefas de maior valor, tais como a tomada de decisão, a interpretação dos dados e a aplicação do pensamento crítico.
Ferramentas como RPA, LCAP e IA são consideradas software independente de processo, o que significa que podem ser usadas em qualquer organização em vários casos de uso de TI e negócios. O software de processo será o mais procurado como facilitadores-chave da tendência de hiperautomação.
Espera-se que o mercado veja um crescimento de dois dígitos até 2022. Outros softwares utilizados para automatizar tarefas mais específicas, como ERP, supply chain e sistemas de CRM, também contribuirão para o crescimento do mercado.
Tecnologias para automatizar a gestão de conteúdo, como ferramentas de verificação de assinatura, reconhecimento óptico de caracteres (OCR), gestão de documentos, IA de conversação e tecnologia de linguagem natural (NLT) estarão em alta demanda. As organizações precisarão dessas ferramentas para automatizar a digitalização e estruturação de dados e conteúdo – por exemplo, automatizando o processo de digitalização e classificação de registros em papel.
O Gartner espera que até 2024 as organizações reduzam os custos operacionais em 30% ao combinar tecnologias de hiperautomação com processos operacionais reprojetados. “A mudança para a Hyperautomation será um fator chave para que as empresas alcancem a excelência operacional e, consequentemente, a economia de custos em um mundo digital prioritário”, disse Cathy Tornbohm, vice-presidente de Pesquisa do Gartner.
Não à toa, a hiperautomação vem modificando a forma como as empresas se relacionam com a cultura da transformação digital, que hoje já não representa mais um empecilho para gestores e colaboradores, considerando-se que todos os envolvidos já reconhecem a importância das ferramentas inteligentes na rotina corporativa, de modo a evitar desperdício de tempo e dinheiro.
No cenário da transformação digital, as empresas que conseguem se manter competitivas são aquelas que investem em ferramentas inovadoras para otimizar o fluxo de trabalho e proporcionar a melhor experiência ao cliente.
O plano de ação nada mais é do que a definição das tecnologias que serão empregadas ao longo do processo de hiperautomação. Se necessário, setorize as aplicações para uma visão ainda mais acurada do fluxo de trabalho, de modo a compreender como as ferramentas vão atuar em cada departamento. Lembre-se sempre de priorizar o olhar digital, pois a hiperautomação envolve a rotina corporativa de ponta a ponta.
Como as soluções inteligentes são focadas na melhoria e agilidade dos processos, a experiência do consumidor será a mais vantajosa possível. Isso porque a otimização do fluxo de trabalho se dá de ponta a ponta, de modo que os serviços prestados sejam oferecidos com máxima qualidade, rapidez e eficiência, já que as equipes não estarão mais sobrecarregadas ou trabalhando com informações desencontradas.
A consultoria Gartner anunciou as principais tendências de tecnologia estratégica que as organizações precisam explorar em 2022, entre as quais soluções que envolvem inteligência artificial e a computação em nuvem nativa se destacam.
Para a consultoria, CIOs devem encontrar os multiplicadores da força de TI para permitir o crescimento e a inovação, e criar bases técnicas escaláveis e resilientes, cuja escalabilidade libere dinheiro para investimentos digitais. Esses imperativos formam os três temas das tendências deste ano: confiança na engenharia, esculpindo mudanças e acelerando o crescimento. As 12 estratégias são: Tecido de Dados ou Data Fabric, Cibersegurança, Privacidade em Computação, Rede Global na Nuvem, Computação, Compostos e Aplicativos, Inteligência de Decisão, hiperautomação, AÍ Engenharia, Distribuído Empresa Total, Experiência Autonômica, Sistemas e AI Generativo.
Temos abordado cada uma das 12 estratégias separadamente. Falamos de Tecido de Dados ou Data Fabric, Cibersegurança, Privacidade em Computação, Rede Global na Nuvem, Computação, Compostos e Aplicativos e Inteligência de Decisão. E neste texto, como você pode acompanhar, falamos de hiperautomação.
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